Lição 7 -
Jesus - Sumo Sacerdote de Uma Ordem Superior
Classe
adulto - 1º Lições Bíblicas: CPAD
Trimestre:
1° de 2018 – 18 de Fevereiro de 2018
Texto
Áureo: "Porque nos convinha tal sumo
sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, efeito mais
sublime do que os céus." (Hb 7. 26)
Leitura
Bíblica em Classe: Hebreus 7.1-19
Introdução:
Melquisedeque foi um protótipo de um
sacerdócio superior, o qual apontava para aquele que seria o Sumo Sacerdote eterno
Jesus Cristo. Muito antes da lei, nos tempos contemporâneos ao do patriarca
Abraão, esse personagem misterioso já exercia o seu ministério sacerdotal com o
credenciamento do Deus Altíssimo. A dispensação patriarcal tinha uma
similaridade prefigurando a dispensação da graça, na qual seria revelado o
anti-tipo, que é o sumo sacerdote eterno Jesus, o qual é a revelação do tipo o
sumo sacerdote Melquisedeque. Dada a relevância do sacerdócio de Melquisedeque,
fica explícito ser ele mais importante que Abraão, Levi e os levitas. Assim
Melquisedeque é visto como alguém de uma ordem sacerdotal mais antiga e mais
elevada que a do sacerdócio levítico. Não é visto imperfeições ou deficiências no
sacerdócio de Melquisedeque, ao contrário do sacerdócio levítico, que não era
totalmente perfeito. A perfeição se tornou uma realidade quando Cristo após a
sua missão terrena assentou-se a destra do Pai para exercer esse ofício em
favor de toda a humanidade e não somente para os hebreus. O sacerdócio de
Cristo é eterno e permanente e insubstituível, ao contrário do sacerdócio
levítico que eram continuamente substituídos, por ser uma instituição
sacerdotal transitória.
1. Melquisedeque
foi um tipo de Cristo credenciado pelo Deus Altíssimo.
Hebreus 7.1 PORQUE este Melquisedeque, que era rei
de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando
ele regressava da matança dos reis, e o abençoou; Hebreus 7.2 A quem também
Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de
justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz; Hebreus 7.3 Sem pai,
sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo
feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.
Um personagem misterioso se revela como tipo de Cristo e para que
possamos compreender a grandeza desse sacerdócio precisamos divisar além desse
Melquisedeque e contemplar a Cristo, pois se não for assim falharemos em nossas
interpretações das escrituras, no que se refere a simbologia e tipologia. Credenciado
como Sumo Sacerdote, ele tinha autoridade como instrumento divino para proferir
bênçãos de Deus como sendo maior que Abraão, mostrando sua superioridade sobre
ele. Assim Cristo que é o antítipo, ou seja, a revelação do tipo, também é
maior que Abraão, maior que Levi, e toda a sucessão do sacerdócio levítico. Melquisedeque
tinha um ministério legitimado pelo Deus Altíssimo, como Rei e Sacerdote, e
Arão era somente sacerdote. Com Sacerdote do Deus Altíssimo significava um sacerdócio
universal, ou seja, não somente dos judeus, mas também para todo o mundo, o
qual divisava para além do sacerdócio levítico, pois apontava para Cristo que
conquistou na Cruz o sacerdócio universal.
2. A
grandeza do sacerdote Melquisedeque foi reconhecida
por Abraão.
Hebreus 7.4 Considerai, pois, quão grande era este,
a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos. Hebreus 7.5 E os que
dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de
tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos
lombos de Abraão.
Abraão reconhecendo o sacerdócio de Melquisedeque fez algo inesperado por
todos os que circundavam esse encontro, que foi dar o dízimo dos despojos da
guerra contra os reis amorreus, do qual saiu vitorioso com os seus trezentos e
dezoitos homens. Essa atitude de Abraão aconteceu muito antes do dízimo ser
estabelecido quando na promulgação da lei mosaica. Portanto o dízimo foi
entregue na dispensação patriarcal que era similar a dispensação da graça na
nova aliança. Ao receber do dízimo de Abraão, Melquisedeque serviu ao
patriarca, pão e vinho, o que simbolizava o corpo e o sangue de Cristo na sua
obra redentora na cruz do Calvário. Assim como o dízimo foi instituído na dispensação
da lei, para sustento da obra tanto no tabernáculo, como no templo, também
através desse episódio fica claro que ao se extinguir a obra da lei mosaica
haveria o inicio de outra obra, a obra de Cristo, e que ela também seria
sustentada por dízimos. Isso vem contraditar os que são contrários ao dízimo no
Novo Testamento, ficando esses classificados como pessoas sem noção, ignorantes
e avarentas.
3. Melquisedeque
abençoou a Abraão o qual tinha as promessas divinas.
Hebreus 7.6 Mas aquele, cuja genealogia não é
contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e abençoou o que tinha as
promessas. Hebreus 7.7 Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo
maior. Hebreus 7.8 E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali,
porém, aquele de quem se testifica que vive. Hebreus 7.9 E, por assim dizer,
por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos. Hebreus 7.10
Porque ainda ele estava nos lombos de seu pai quando Melquisedeque lhe saiu ao
encontro.
Só pelo fato de ser credenciado como rei e sacerdote, Melquisedeque foi
indiscutivelmente superior a ordem sacerdotal levítica, pois a sua ordem
sacerdotal era divina e celestial, porque ele apontava para Cristo que viria
ser o Sumo Sacerdote eterno da nova aliança. Abraão tinha autoridade divina
para abençoar as pessoas, mas como Melquisedeque estava numa condição de
superioridade, Abraão não poderia abençoar Melquisedeque e sim ser abençoado
por ele. As coisas tem que ser dessa maneira, porque o menor não pode abençoar
o maior, e sim o maior é que abençoa o menor. Quando se diz que até Levi pagou
dízimos, significa que como Abraão pagou dízimos a Melquisedeque, indica que
todo Israel, incluindo Levi deveriam reconhecer a superioridade desse
sacerdócio. Diante disso deve-se entender que é errado quando se entrega o
dízimo ou oferta dizendo que está abençoando a Cristo, ou a sua obra, pois como
menores, não temos autoridade para abençoar o maior. Assim quando entregamos o
dízimo, ou ofertamos, não estamos em hipótese alguma abençoando, e sim exercendo
um ato de fé em prol da obra do Senhor, relacionado ao nosso crescimento
espiritual. Quando assim agimos com toda liberalidade conscienciosa exigida
ganhamos a condição de sermos abençoados pelo maior, que é Jesus. O súdito não
abençoa o Rei, pois é o Rei que abençoa o súdito, o filho não abençoa o Pai,
pois é o Pai que abençoa o Filho, a igreja não abençoa o Pastor, pois é o
Pastor que abençoa a igreja.
4. O
sacerdócio levítico foi inferior, o de Melquisedeque visava o superior.
Hebreus 7.11 De sorte que, se a perfeição fosse pelo
sacerdócio levítico ( porque sob ele o povo recebeu a lei ), que necessidade
havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de
Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão? Hebreus 7.12
Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.
O encontro de Melquisedeque com Abraão ocorreu séculos antes da
instituição da lei mosaica, a qual estabeleceu o sacerdócio levítico. O
sacerdócio levítico era transitório, com o objetivo de conduzir o povo
obedecendo aos rituais das obrigações da lei cerimonial promulgada por Moisés, através
de uma revelação divina. Era através do cumprimento dos cerimoniais levíticos que
o povo cumprindo-os de acordo com as suas exigências alcançava um nível
espiritual para mantê-los na condição de salvo, condição essa que atingiria a
sua efetividade quando a obra da remissão se consumasse na Cruz. Assim
entendemos que se o sacerdócio levítico fosse eficaz para levar às pessoas a
perfeição, não seria necessária a implantação de uma ordem sacerdotal superior.
Assim, o sacerdócio de Cristo extinguiu o sacerdócio levítico, como também as
leis cerimoniais promulgadas por Moisés. Qualquer entidade organização
religiosa que teima em permanecer sob a lei não pode ser de Cristo, pois só Ele
pode cumprir toda a lei na sua plenitude, e só ele pode ser o nosso sacerdote
eterno.
5. Melquisedeque
prefigurava uma ordem sacerdotal superior a araônica.
Hebreus 7.13 Porque aquele de quem estas coisas se
dizem pertence a outra tribo, da qual ninguém serviu ao altar, Hebreus 7.14
Visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa
tribo nunca Moisés falou de sacerdócio.
De acordo com a lei mosaica somente a tribo de Levi poderia exercer esse
ofício sacerdotal, tanto que outros que ousaram tomar o lugar do sacerdócio
araônico foram mortos. Assim a figura de Melquisedeque como tipo de Cristo e
rei e sacerdote em Jerusalém, cidade destinada a tribo de Judá, já prefigurava
que a casta sacerdotal seria transferida para alguém dessa tribo, o qual no
caso é o Senhor Jesus Cristo, que por descendência física pertencia a essa
tribo. As Escrituras já revelavam no Antigo Testamento que um sacerdote de
outra tribo estava por vir, já indicando que a antiga aliança estava por ser
substituída.
6. Jesus
Cristo o anti-tipo de Melquisedeque tornou-se sacerdote eterno.
Hebreus 7.15 E muito mais manifesto é ainda, se à
semelhança de Melquisedeque se levantar outro sacerdote, Hebreus 7.16 Que não
foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude da vida
incorruptível. Hebreus 7.17 Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote
eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque.
O sacerdócio levítico com o tempo acabou se tornando corruptível, mesmo
porque, a lei que regulava o sacerdócio acabou sendo descumprida em vários
pontos, pois era um mandamento carnal. Já o sacerdócio de Cristo não é
provisório, mas eterno e totalmente incorruptível. Cristo está a destra do Pai
exercendo esse ofício, onde a principal função é reconciliar o pecador que se
arrepende com o Deus Pai. Jesus sempre exercerá esse ofício, embora quando iniciar
o processo da sua vinda, primeiramente para buscar a sua igreja, ele não estará
mais com vestes sacerdotais e sim com vestes talares, para exercer o juízo sobre
o mundo no período da grande tribulação.
7. A obra
substitutiva de Cristo tornou a lei mosaica totalmente inválida.
Hebreus 7.18 Porque o precedente mandamento é
ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade Hebreus 7.19 (Pois a lei
nenhuma coisa aperfeiçoou ) e desta sorte é introduzida uma melhor esperança,
pela qual chegamos a Deus.
Hoje alguns que tentam impor os seus
dogmas com similaridade a lei mosaica está em completa transgressão a palavra
de Deus. São pessoas que embora façam tudo com o maior zelo, na realidade estão
fazendo sacrifício de tolos, pois de maneira alguma entrarão pelos portais
celestiais, por causa das suas ignorâncias. A lei pela sua fraqueza chegando ao
ponto da inutilidade, não poderia continuar para sempre, uma vez que Jesus
Cristo foi ordenado pelo Deus Pai para um sacerdócio superior e eterno, sendo
que jamais poderia ser substituído. Jesus Cristo fez o que a lei jamais poderia
ter feito, pois o que Ele fez sendo o próprio sacrifício e o próprio sacerdote que
oficializou o seu próprio sacrifício, ninguém poderia fazer.
Pastor Adilson Guilhermel